Para atingir os objetivos do proejto Kike da Mungu, o primeiro passo foi evidentemente de estudar em detalhe as práticas de pesca artesanal activas na zona Sul da ilha, a intensidade em que estão sendo praticadas, por quem, e com qual frequência. É neste sentido que a ONG MARAPA trabalhou este ano com os nossos pontos focais na Direção das Pescas e na Federação das Associações de Pescadore se Palaiés (FAPP) para compilar informações detalhadas de caracterização das pescarias comummente activas, de São Miguel e Angra Toldo. O resultado deste estudo está agora disponível para download no fim desta página, e recomendamos a sua leitura. As grandes conclusões deste estudo revelam que a maioria dos pescadores que diariamente exploram os recursos disponíveis na zona Sul, afinal não são necessariamente residente nas comunidades do Sul, como revela o mapa a seguir. número de pescadores operando no Sul com regularidade semanal mas o estudo também descreve em mais detalhe as artes usadas pelos nossos pescadores de norte a sul, e apresenta elementos de reflexão sobre a sustentabilidade de cada uma delas no contexto actual. Se está curioso em saber mais sobre o que são as Redes Brisa, as Redes Feijão, a palangre vertical e horizontal, o blindado, o pingué e a tarrafa, então baixe o PDF a seguir neste blog!
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Em São Tomé e Príncipe come-se muito peixe e acostumamos nos a ter sempre um bom peixe fresquinho no prato ou na grelha. Mas será que sabemos realmente o sacrifício que é para um pescador ir buscar este alimento tão importante na nossa dieta? Segundo os dados da Direção das Pescas, existem cerca de 4000 pescadores praticando a pesca nas águas do país, deslocando diariamente ao mar a busca do peixe e do ganha pão. Ora no âmbito do projeto "Kike da Mungu", que promove o envolvimento dos pescadores e outros atores do setor na própria gestão sustentável dos recursos halieuticos, interessa nos ter informações mais concretas sobre este esforço, e sobre a zona de atuação das diferentes pescarias ativas, em particular na zona Sul. Para este fim, juntamos forças com uma outra organização activa na ilha, a ONG PROGRAMA TATÔ que implementa o programa de proteção das Tartarugas marinhas nas águas (e praias) de São Tomé. De facto, no âmbito deste programa, interessa os biólogos obter informações sobre a localização e o comportamento das tartarugas marinhas no alto mar, e por isso, tiveram a ideia de distribuir a um conjunto de pescadores aparelhos chamados "trackers", que vão registando o trajeto realizado por eles no mar, graças ao sistema GPS (Global Positionning System). Os pescadores só apontam a hora das observações que fazem de tartarugas (sobem a superficie para respirar e acasalar-se), e assim se consegue saber muito sobre o comportamento destes animais no seu habitat natural. Obviamente, esta metodologia apresenta vantagens também para nós, pois ao tentar saber mais sobre as tartarugas marinhas, tambem aprende-se muito sobre os pescadores e os seus habitos. ;) Saiba mais sobre esta actividade assistindo o vídeo a seguir: No Príncipe, um estudo similar está sendo implementado pela Fundação Príncipe Trust, no quadro do projeto "Omali Vida Non", e vejam neste blog o mapa que conseguiram produzir este ano. Em São Tomé, O PROGRAMA TATÔ já dispõem de vários meses de dados provenientes de trackers distribuídos em cinco comunidades, e esperemos com esta colaboração poder alargar o dispositivo de monitorização a outras localidades, e distribuir trackers a pescadores que praticam outras artes na zona Sul.
Entre 03 e 08 de Julho de 2017, o Ministério das Finanças, Comercio e Economia Azul, através da Direção Geral das Pescas organizou a Semana Nacional da Pesca sob o lema “pesca e desenvolvimento sustentável no contexto do crescimento azul”. Várias atividades foram organizadas ao longo da semana nas comunidades costeiras e não só, bem como um Ciclo de Conferência sobre o estado do setor nos dias 06 e 07 de Julho no Hotel Praia na capital São Tomé. A equipa do projeto Kike da Mungu não podia perder esta oportunidade de falar do projeto e disseminar a mensagem que pretendemos levar aos atores da pesca artesanal, a saber que é hoje fundamental iniciar um processo de concertação entre os atores e estabelecer um mecanismo de cogestão sustentável do recurso, em particular na zona Sul da ilha de São Tomé. Foi por isso que escolhemos o dia 05 de Julho para realizar o Lançamento Oficial do projeto com a realização dum atelier de sensibilização em Malanza, distrito de Caué, junto aos pescadores desta comunidade, de Porto Alegre e Pesqueira. Durante a conferência, organizamos por isso um pequeno exercício que chamamos de “Jogo Kike da Mungo” (peixe para amanha), para demonstrar a fragilidade dos recursos quando está sendo explorado de forma anárquica, sem preocupação com o seu mantimento a médio e longo prazo. Inspirado do jogo “The Fish Game” do Cloud Institute, a atividade agregou participantes de vários setores (incluindo o Diretor das Pescas) e suscitou muita curiosidade. Esperemos poder levar esta sensibilização em outras comunidades e usar la como base para animar o debate entre os utentes dos recursos haliêuticos. A Semana da Pesca foi para nós um sucesso total, pois permitiu uma maior aproximação entre os diferentes atores, e identificar as dificuldades de cada um de forma aberta e transparente. Foi muito útil em particular na identificação de ações com possíveis sinergias com o projeto KDM e esperemos manter o contacto com os parceiros identificados nos próximos dias. Está em curso no quadro do projeto KikeDaMungu um estudo sobre as pescarias ativas na zona de intervenção, ou seja na parte Sul da ilha de São Tomé. Essa caracterização preliminar é fundamental para conhecer com precisão as diferentes pescarias atualmente ativas no território marítimo onde pretende-se criar um sistema de gestão participativa dos recursos haliêuticos, as formas de pesca mais frequentes e também quais são as mais problemáticas e sensíveis em termos de sustentabilidade da pesca e de regeneração dos recursos haliêuticos e para estimar quantos pescadores e embarcações estão envolvidos em cada tipo de pescaria.
Através duma revisão da bibliografia existente e levantamentos no terreno, o técnico da ONG MARAPA, Albertino Santos, espera poder traçar um retrato fiel das práticas de pesca, que será compilado num relatório e partilhado junto as entidade de tutela e os grupos alvo. Neste blog, a equipa do projeto "Kike da Mungu" irá informar as partes interessadas e o público em geral sobre os avanços do projeto em São Tomé.
Periodicamente, faremos um ponto de situação das atividades em cada uma das 3 componentes, e daremos detalhes sobre os desafios enfrentados. Segue informado, segue o nosso blog! |
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AutorBastien Loloum - Coordenador do Projeto (OIKOS) Histórico
Julho 2018
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