Em São Tomé e Príncipe come-se muito peixe e acostumamos nos a ter sempre um bom peixe fresquinho no prato ou na grelha. Mas será que sabemos realmente o sacrifício que é para um pescador ir buscar este alimento tão importante na nossa dieta? Segundo os dados da Direção das Pescas, existem cerca de 4000 pescadores praticando a pesca nas águas do país, deslocando diariamente ao mar a busca do peixe e do ganha pão. Ora no âmbito do projeto "Kike da Mungu", que promove o envolvimento dos pescadores e outros atores do setor na própria gestão sustentável dos recursos halieuticos, interessa nos ter informações mais concretas sobre este esforço, e sobre a zona de atuação das diferentes pescarias ativas, em particular na zona Sul. Para este fim, juntamos forças com uma outra organização activa na ilha, a ONG PROGRAMA TATÔ que implementa o programa de proteção das Tartarugas marinhas nas águas (e praias) de São Tomé. De facto, no âmbito deste programa, interessa os biólogos obter informações sobre a localização e o comportamento das tartarugas marinhas no alto mar, e por isso, tiveram a ideia de distribuir a um conjunto de pescadores aparelhos chamados "trackers", que vão registando o trajeto realizado por eles no mar, graças ao sistema GPS (Global Positionning System). Os pescadores só apontam a hora das observações que fazem de tartarugas (sobem a superficie para respirar e acasalar-se), e assim se consegue saber muito sobre o comportamento destes animais no seu habitat natural. Obviamente, esta metodologia apresenta vantagens também para nós, pois ao tentar saber mais sobre as tartarugas marinhas, tambem aprende-se muito sobre os pescadores e os seus habitos. ;) Saiba mais sobre esta actividade assistindo o vídeo a seguir: No Príncipe, um estudo similar está sendo implementado pela Fundação Príncipe Trust, no quadro do projeto "Omali Vida Non", e vejam neste blog o mapa que conseguiram produzir este ano. Em São Tomé, O PROGRAMA TATÔ já dispõem de vários meses de dados provenientes de trackers distribuídos em cinco comunidades, e esperemos com esta colaboração poder alargar o dispositivo de monitorização a outras localidades, e distribuir trackers a pescadores que praticam outras artes na zona Sul.
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AutorBastien Loloum - Coordenador do Projeto (OIKOS) Histórico
Julho 2018
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